💬 Pequenos Pensamentos #39 | Como é bom trabalhar em casa
Sobre o homeoffice e as delícias de se auto gerenciar.
Leia ao som de Put a Little Love on Me, Niall Horan.
Às vezes eu me perco no tempo, e esqueço exatamente há quanto tempo estou trabalhando de casa. Esse é um dos “problemas” que eventos traumatizantes têm sobre mim - parece que me perco no tempo e preciso fazer muita força para lembrar das datas aproximadas. E o Burnout foi um evento muito traumático para mim.
Então vamos dizer que faz quase 2 anos que estou trabalhando exclusivamente de casa.
No começo eu tentei fazer minha transição de carreira de CLT para CLT e até enviei alguns currículos para vagas que vi no LinkedIn. Mas logo preferi ficar quieta no meu canto e abraçar o mundo freelancer.
No entanto, quem procura vagas em plataformas como essa sabe: uma vez que seu currículo cai no mundo, ele passa de mão em mão infinitamente. Nesse meio tempo eu fui chamada algumas vezes para trabalhos aqui em Florianópolis. Em um dos casos eu cheguei ao final do processo seletivo e desisti - as outras vagas eu declinei depois de entender melhor o modus operandi da “firma”. Esse caso em que fiz parte do processo seletivo era uma vaga híbrida, e eu teria que ir uma ou duas vezes na semana apenas ao escritório. Mas teria que ir.
Um dos maiores benefícios do home office, e o motivo pelo qual eu declinei as ofertas de vagas presenciais, e mesmo híbridas é o transtorno do deslocamento para o trabalho. Quem mora em cidade menor não tem grande problema com isso, mas em cidades maiores o trânsito é um caos.
Quando vim morar em Florianópolis eu entrei pra turma que pegava ônibus às 6h para ir trabalhar e via o Sol nascer na rua - às vezes chegava no trabalho ainda noite. E olha que eu moro perto de onde trabalhava - cerca de 7km. Mas na volta para casa esses 7 Km já chegaram a ser feitos em mais de 1 hora.
Esses deslocamentos tiram tempo de vida da gente. Eu vivia exausta. E eu ainda era privilegiada, gastava cerca de 2h em deslocamento - muitos brasileiros levam o dobro ou mais de tempo.
Vagas híbridas podem parecer um benefício no momento, mas o mercado brasileiro está aí, comprovando a cada dia, que são apenas balela: não há flexibilidade e a maioria já revogou o híbrido pelo presencial, sem que o funcionário tivesse chance de escolha. O
trouxe esse assunto em sua newsletter “Nômade Digital” no LinkedIn.Trabalhar em casa - ou de onde você desejar - é uma vantagem e tanto. Eu ainda não tenho tanta mobilidade, pois meu marido ainda trabalha presencialmente. Mas essa mobilidade está nos planos.
Trabalhar de casa nos permite viver para além do trabalho.
E parece simples dizer isso, mas não é. Quando você gasta mais tempo de vida no trabalho ou se deslocando entre ele a sua casa, você mal consegue viver para além do trabalho.
Eu tenho a liberdade de acordar no horário que é melhor para mim, fazer yoga calmamente, tomar um banho despreocupado, e só então começar a trabalhar, em torno das 9h.
Na maioria das vezes paro às 11h30 para fazer meu almoço, como com tranquilidade, às vezes faço um passeio curto ou tiro um cochilo e só retorno pra valer por volta das 14h - 14h30.
Como eu criei um ritmo muito bom, e sempre estou adiantada em relação às tarefas, com raras exceções, eu posso muito bem encerrar minha jornada mais cedo e ir tomar um café às 17h ou ir à praia no alto do verão.
No ano passado, por várias vezes acordei e fui à praia primeiro para só então trabalhar.
Eu sou muito responsável com minhas demandas e me cobro sempre um trabalho cada vez melhor, até porque quero crescer na profissão. Mas consigo me empenhar, ser caxias, e ainda ter toda essa flexibilidade.
No começo, confesso, foi difícil me organizar. Mas hoje em dia eu tenho uma rotina bem-organizada e meu rendimento é alto. Fui entendendo meu ritmo, o que atrapalhava minha produtividade e o que me ajuda a produzir melhor. É um aprendizado constante.
Isso é algo que parece difícil de entrar na cabeça da maioria dos empregadores: um funcionário que consegue se organizar, que perde menos tempo no deslocamento, que tem mais comodidade em casa (se ele desejar, é claro), consegue produzir mais e melhor.
Se o medo é perder o fio que une todos em torno da cultura corporativa, o foco está errado: quem mantém essa cultura são lideranças eficientes e engajadas. Os funcionários, quando bem coordenados, entram na dança.
Infelizmente parece que o mercado está retrocedendo décadas nesse sentido, e chefias preferem perder mais tempo microgerenciando seus funcionários do que realmente trabalhando em torno de dar condições para uma boa produtividade.
Eu espero que isso melhore, mas é uma esperança que está cada vez menor.
🤘 coisas legais que achei por aí
Lembrando: se o texto está colorido, é um link clicável.
🥰 Eu amei este post que traz dicas para termos aquelas conversas difíceis, mas que são tão necessárias.
👀 E quando você percebe que a culpa das demissões no seu setor é você? Veja como esse homem descobriu isso e precisou rever seus conceitos.
🤪 Se você, assim como eu, já é uma jovem senhora e não tem energia para baladas, vai amar o vídeo do Victor.
🤐 Esse vídeo é para você que adora usar o rótulo de ser “sincerona”: será?
🎧 o que estou ouvindo
🎼 Por aqui ouvi até gastar a Playlist “Soft Pop Hits”, do Spotify.
💟 Fiz uma playlist da newsletter também, com as músicas que indico no início dela.
🥰 Comenta aí
Você gosta da ideia de trabalhar de casa ou prefere sair de casa para isso?
Até a próxima.